Secretaria de Educação de Petrópolis alfabetiza alunos em ambientes hospitalares

Apesar dos sérios problemas de saúde, Adrian Oliveira Salgado, de 9 anos, é uma criança extremamente feliz. Além disso, é dono de uma simpatia de fazer inveja. Desde o seu nascimento, em Petrópolis, no dia 11 de julho de 2001, ele passou a viver em ambientais hospitalares. Portador de cardiopatia congênita, teve uma série de complicações com um ano e meio de idade, depois de sofrer a primeira intervenção cirúrgica corretiva do coração. Inúmeras paradas cardíacas deixaram seqüelas como grave deficiência respiratória e a paralisação dos membros inferiores. Adrian respira com auxílio de aparelhos, alimenta-se através de sonda e sua mentalidade não corresponde à idade. Ele fica eufórico quando chega visita em seu quarto de número 404, no Hospital Unimed. Em nove anos de internação, só esteve em sua casa por 30 dias. Cercado de médicos, enfermeiras, fisioterapeutas, fonoaudiólogas e da própria família, Adrian é um dos quase 50 mil alunos matriculados na rede municipal de ensino. Ele está inserido no projeto de atendimento educacional especializado em ambientes hospitalares da Secretaria Municipal de Educação, que disponibiliza material escolar e professora para atendê-lo duas vezes por semana.

Além de Adrian, mais 25 pacientes institucionalizados, portadores de paralisia cerebral severa, internados no Sanatório Oswaldo Cruz, recebem a devida atenção dos profissionais da Secretaria de Educação de Petrópolis. O projeto de classes hospitalares desenvolvido aqui, foi selecionado e apresentado em maio desde ano, durante a VI Conferência Latino Americana de Inclusão – O que é Ética , realizado na Costa Rica, na América Central, pela professora Wanda Borsato, que coordenada a educação especial no município.
Para os médicos que assistem esses pacientes, o trabalho desenvolvido pela Secretaria de Educação tem contribuindo de forma grandiosa na qualidade de vida e na recuperação da auto estima deles. O direito à educação se expressa como direito à aprendizagem e à escolarização, traduzido, fundamental e prioritariamente, pelo acesso à escola de educação básica, considerada como ensino obrigatório, de acordo com a Constituição Federal Brasileira. Isso, pelo menos em Petrópolis, tem sido cumprido “ao pé da letra”. Em uma semana no cargo de secretária de Educação, a professora Maria Alice Lima, fez questão de ver de perto o trabalho que a equipe de Educação Especial está realizando e aproveitou para conhecer o simpático Adrian.
Cuidados Especiais – Lidar com Adrian requer todo cuidado. Além de capacitadas, as professoras do município recebem orientação dos médicos para conviver com o menino, que é fã do Homem Aranha, herói das telas e dos quadrinhos. O material didático, brinquedos feito por ele e as professoras utilizando material reciclável, a partir do momento que entram no quarto, não pode mais sair, afim de não propagar a bactéria MRSA.

A MRSA é a sigla inglesa para Staphylococcus Aureus Resistente à Meticilina, nome de uma bactéria da família da Staphylococcus Aureus. O Staphylococcus Aureus é um tipo comum de bactéria. Cerca de 1 em cada 3 pessoas tem essa bactéria na superfície da pele ou no nariz, sem desenvolver uma infecção. A isto se chama estar colonizado com a bactéria. Mas se esta bactéria conseguir entrar no corpo através de uma fenda na pele pode causar uma infecção. Adrian, por sua baixa imunidade, coloniza a MRSA. Os professores são obrigados a utilizar traje de precaução de contato para lidar com o menino.

De acordo com as professoras da rede municipal, Adrian é interessado, presta bastante atenção nas aulas e, acima de tudo, tem uma imensa vontade de viver. “Estou super feliz por ter conhecido esta criança. Ele é simplesmente demais. Adrian e outras crianças especiais merecem todo o nosso carinho e respeito”, comentou a Secretária de Educação, Maria Alice, depois de deixar o quarto de Adrian.

Pacientes com paralisia cerebral
também são assistidos pela Educação

No Sanatório Oswaldo Cruz, em Corrêas, 25 pacientes com paralisia cerebral tem aulas de segunda a sexta-feira, de 8 às 16 horas. A sala de aula, com móveis adaptados, tem de tudo que uma sala normal possui. Bruno, de 25 anos, autista, sabe ler e escrever perfeitamente. É aplicado e está sempre disposto a aprender, segundo a sua professora Marise Campeão, que está alfabetizando outros alunos, com paralisia. O autismo é uma disfunção global do desenvolvimento. É uma alteração que afeta a capacidade de comunicação do indivíduo, de estabelecer relacionamentos e de responder apropriadamente ao ambiente.

Na Escola Santa Maria Goretti, no Bingen, 10 alunos especiais, com deficiências visual, celebral, e mental, convivem regularmente com os demais alunos, sem considerar o aspecto segregativo.

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